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Educação sexual para crianças: qual é a idade certa de abordar o tema?

Bianca

A educação sexual para crianças é um assunto delicado, mas necessário! Entre os casos de abuso sexual notificados de 2011 a 2017 no Brasil, mais de 76% foram contra crianças e adolescentes, de acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde.

O papel dos pais na hora de mostrar para as crianças o que é normal ou não na sexualidade é decisivo para garantir mais segurança aos pequenos. Mas como falar sobre isso com respeito ao entendimento de cada faixa etária? Veja algumas dicas!

Por que a educação sexual para crianças é importante?

É por meio do diálogo que os sinais de um abuso são identificados, pois, nem sempre são tão evidentes. Segundo a publicação do Ministério da Saúde, 63,4% dos casos de abuso infantil ocorrem na própria residência da vítima e 7,1% na escola.

Geralmente, os abusadores são pessoas que elas amam e confiam. Por isso, a maioria das crianças não consegue assimilar que foram vítimas de abuso ou, ainda, tem medo de expor a violência. Assim, a educação infantil sobre o que é saudável ou não em relação à sexualidade é a melhor forma de fazer com que os pequenos saibam pedir ajuda e prevenir um abuso.

Sobre o que conversar com a criança em cada idade?

Até 5 anos

A partir dos 3 anos, você já pode começar a ter esse tipo de conversa. Até porque a criança já terá alguma curiosidade sobre os órgãos sexuais. Por exemplo, ao perguntar por que o papai tem “pipi” e a mamãe não. Isso é normal e saudável!

Explique que cada parte do corpo tem um nome, inclusive a vagina e o pênis. Aproveite para explicar que essas áreas são privadas e, portanto, devem estar sempre cobertas com calcinha ou cueca. Que ninguém pode tocá-las, exceto os pais na hora da limpeza ou médicos durante exames.

De 6 a 7 anos

Aqui, a educação sexual para crianças pode ser mais explícita. Explique que é errado ficar nu na frente de adultos, que existem pessoas que fazem maldades com as crianças e insista que o pequeno sempre pode contar com você.

Ainda, reforce a necessidade de saber se alguém incentivar jogos sexuais, como pedir para que a criança toque as partes íntimas, mesmo que por cima da roupa ou partindo de pessoas que ela confia, como o pai, tios, amigos da família ou vizinhos. Explique a criança que ela não deveria participar desse tipo de brincadeira.

De 8 a 9 anos

A partir dos 8 anos, a criança pode começar a fazer perguntas sobre como os bebês são gerados e nascem. Nada de usar a cegonha para não ter que lidar com o assunto! Explique que os adultos têm um tipo de relação física que leva à gravidez. Essa é uma boa base para, mais tarde, explicar sobre o sexo responsável.

Durante a pré-adolescência

Da faixa etária dos 10 aos 12 anos até a adolescência, os pais podem falar mais abertamente sobre a educação sexual. É importante informar sobre:

  • necessidade de consentimento para qualquer contato sexual;
  • realidade do estupro;
  • relacionamentos abusivos;
  • práticas de sexo seguro;
  • respeito aos relacionamentos homoafetivos;
  • prevenção da gravidez etc.

Como falar com a criança sobre esses assuntos?

Na hora de orientar a criança, tente não traumatizá-la ao usar um tom terrorista, citando o sexo como algo repugnante. Isso pode fazer com que a criança sinta medo ou vergonha de contar caso algo aconteça com ela, pois acha que será repreendida.

O ideal é mostrar que o sexo é uma prática natural, mas reservada aos adultos, além de garantir que a criança entenda que você se preocupa com ela acima de qualquer coisa. Também vale a pena utilizar recursos lúdicos, como historinhas e ilustrações para facilitar o entendimento.

Na fase da pré-adolescência, ter equilíbrio entre seriedade e leveza na hora de explicar sobre relacionamentos sexuais seguros e saudáveis é fundamental. Esses são valores que permanecerão durante a vida adulta.

Enfim, a educação sexual para crianças não deve ser encarada como tabu, mas sim como necessidade. Diálogo aberto e confiança entre pais e filhos são dois dos principais meios para evitar abusos na infância e garantir valores importantes no futuro.

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